quinta-feira, 23 de maio de 2013

E o seu pastor, em que perfil se encaixa?


Nossa geração mais do que qualquer outra necessita de pastores de almas, necessita de gente abnegada, que se preocupa com a dor do próximo e que tem prazer em cuidar da ovelha ferida.
Outro dia ouvi uma história a qual compartilho com vocês.
 
Uma irmã (a qual por questões obvias não posso revelar o nome), passou pela seguinte experiência:
 
Em um final de culto movida por um grave problema pessoal, a irmã em questão, procurou o seu pastor no desejo de abrir o coração pedindo-o, que este lhe ajudasse em aconselhamento pastoral. O pastor, sem poder ouvi-la naquele momento, até porque, muita gente desejava lhe falar e principalmente lhe cumprimentar em virtude do maravilhoso sermão pregado, solicitou à irmã que procurasse a secretaria da igreja e agendasse um encontro.
 
Assim foi feito. No dia seguinte a irmã procurou a secretaria tentando agendar o encontro pastoral, no entanto, para sua surpresa, a secretária lhe informou que o pastor não teria agenda livre para os próximos cinco meses, o que impossibilitaria o seu atendimento. A moça se desesperou, implorou, pediu pelo amor de Deus, mais nada pôde ser feito. A secretária explicou que o pastor tinha já agendado muitos encontros, jantares, viagens e conferências que tinham que ser priorizadas e que o máximo que ela poderia fazer era encaixá-la num atendimento quatro meses depois.
 
A moça saiu da igreja naquela manhã de segunda-feira pior do que entrara, na verdade, agora ela se sentia deprimida, desvalorizada e sem perspectiva alguma de ser ajudada em seu problema. O pastor a qual ela pensava que poderia ajudá-la infelizmente não poderia fazê-lo.
 
Seis meses se passaram e a moça desiludida, bem como desesperançosa, não fora mais à igreja. Para sua tristeza, ninguém, absolutamente ninguém, a procurou querendo saber o motivo de sua ausência. Até que um dia, o pastor da igreja a encontrou  na instituição onde ela trabalhava. Ao encontrá-la,  o pastor não esboçou nenhum comentário quanto a sua ausência, na verdade, a única coisa que falou, é que estava correndo, em virtude da grande e complexa agenda.
 
Não sei o que você pensa e sente ao ler essa pequena história. Quando soube do fato fui tomado por uma enorme perplexidade que me fez questionar sobre o papel pastoral nos dias de hoje.
 
Por favor, pare, pense e responda: 
 
Aonde estão os pastores do povo de Deus? Aonde estão aqueles que por amor ao Rei, largam as 99 ovelhas em detrimento a uma que se perdeu?
 
Caro leitor, vivemos uma crise de pessoalidade, alguns pastores se tornaram estrelas da fé, imponentes, poderosos e exageradamente impessoais. Lamentavelmente as mensagens pregadas nos púlpitos são frutos diretos de um marketing religioso onde o principal objetivo o engrandecimento de alguns. Infelizmente os pastores têm se preocupado mais com a porta de entrada do que com a porta de saída. O fluxo e refluxo dos que entram e saem dos nossos templos é impressionante. Vivemos numa era onde as pessoas são coisificadas, onde seres humanos, criados a imagem e semelhança de Deus são representados por números.
 
Nossa geração mais do que qualquer outra necessita de pastores de almas, necessita de gente abnegada, que se preocupa com a dor do próximo e que tem prazer em cuidar da ovelha ferida.
 
E o seu pastor? Em que perfil se encaixa? É ele um pastor de almas ou um marqueteiro da fé?
 
Boa pergunta, não é verdade?
 
Que Deus tenha misericórdia de seu povo e nos conceda pastores segundo o seu coração.
 
Sole Deo gloria,
 
 
- Renato Vargens
 

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