sexta-feira, 29 de julho de 2016

Nos últimos dias, 65 igrejas foram destruídas na África

Os ataques a cristãos na Nigéria, norte da África atingiu números assustadores. No primeiro semestre de 2016 o assassinato de cristãos por muçulmanos radicais é quase igual ao total de 2015. Pelos registros da Associação Cristã de Nigerianos-Americanos (CANAN, na sigla original), pelo menos 384 pessoas foram mortas somente por causa da sua fé, após ataques realizados por grupos como Boko Haram e mais recentemente pela etnia Fulani, que professa o islamismo.
O pastor Ade Oyesile, presidente da CANAN denuncia que o número de cristãos mortos este ano está perto de se confirmar como um triste recorde na história do país. Ele pediu ao governo nigeriano que tome providências para acabar com o massacre religioso.
“Todos nós devemos trabalhar duro para evitar esses assassinatos sectários que, aos nossos olhos, demonstram como o país falhou. Essa não deveria ser a nossa porção em nome de Jesus Cristo. Estes assassinatos covardes de cristãos no país devem parar agora”, disse ele em comunicado.
Para Oyesile, os cristãos são alvos fáceis, pois pregam a paz em vez de retaliação, não respondendo da mesma maneira. Em entrevista ao The Christian Post, afirmou que somente o arrependimento e o temor de Deus podem vencer a guerra contra o Islã radical.
“Boko Haram, Estado Islâmico, Al-Shabab são maus… e continuarão a se espalhar. Nós, cristãos, podemos ajudar… com as nossas fervorosas orações, pedindo a Deus sem cessar”, enfatizou, pedindo ainda que os líderes mundiais se unissem para que impedir que isso continue.

Ataques não são guerra étnica

Nos últimos dias, no Estado de Benue, pelo menos 133 cristãos foram mortos. Foram 65 igrejas destruídas, além de muitas propriedades invadidas e saqueadas. A etnia fulani, formada majoritariamente por pastores de gado, ocuparam quase todas as áreas dessa região. Eles vêm usando uma tática antiga, atacando comunidades cristãs e se apropriando de suas terras com a justificativa de superioridade religiosa.
Esses criadores de gado geralmente são nômades e no início do ano mataram mais de 500 moradores, a maioria cristãos. Isso forçou cerca de 20 mil pessoas a fugirem da área. O ocorrido foi considerado um dos piores ataques feitos pelo grupo desde 2010.
A Associação Cristã da Nigéria vem denunciando que embora a mídia tenha divulgado como “guerra étnica”, os conflitos não resultam de disputas econômicas, mas envolvem essencialmente questões religiosas, uma vez que os fulani são extremistas islâmicos.
O líder cristão Agostine Akpen denunciou à Missão Portas Abertas que existe uma grande possibilidade de escassez de alimentos, pois as invasões dos fulani arrasaram todos os tipos de produção agrícola, incluindo feijão, mandioca, arroz, milho, soja e amendoim. Os agricultores de vários estados da Nigéria, principalmente Benue, Taraba, Plateau, Kaduna, Nasarawa e Níger estão temerosos, pois sabem que se voltarem para suas fazendas serão mortos.
“Sabemos que se trata de mais uma jihad… Eles transportam armas sofisticadas e utilizam até armas químicas para destruir nossas comunidades. A guerra acontece normalmente à noite, quando todas as pessoas estão dormindo. A população está fugindo, as igrejas estão ficando vazias. Onde havia cerca de 2 mil membros, hoje há apenas 50. Nada está sendo poupado, nem mesmo as escolas ou centros de assistência social”, desabafou.
O fato é que a imposição da lei islâmica sharia no país tem motivado ataques religiosos em toda a Nigéria, se expandindo a partir do Norte do país, onde o Boko Haram lutava pela independência, declarando-se uma extensão do califado. Com informações World Watch Monitor

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