sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Levando esperança aos refugiados

Temer as consequências da prática do amor através do acolhimento dos Refugiados é não ter entendido o gesto de amor de Cristo pelo homem: incondicional, inexplicável, “escândalo para os judeus e loucura para os gregos”.

A Igreja não pode fechar os olhos a uma crise mundial onde uma infinidade de pessoas, de diversas nações, por motivos distintos estão sendo tratadas de forma desumana, sem misericórdia, sem amor e muitas vezes meramente como parte de uma estatística.
O Deus do Cristianismo amou o homem apesar de saber das suas falhas, limitações, e muitas vezes do perigo que representava em virtude de suas práticas abomináveis, diversas e humanamente imprevisíveis.
O amor ao próximo está acima de ideais, crenças, preconceitos, pois “o verdadeiro amor lança fora todo o temor”. A Igreja cristã não tem nada a perder quando serve a um Deus soberano que nunca se omite na história da humanidade.
O surgimento do Estado Islâmico e o crescimento do terrorismo têm levado alguns grupos a pensarem na concessão de refúgio de uma forma seletiva, onde alguns defendem que países europeus têm o direito de não acolhê-los, bem como alguns cristãos temem que o acolhimento de refugiados de outras religiões, principalmente os muçulmanos, por razões diversas. 
A Igreja cristã tem uma grande oportunidade para demonstrar na prática o seu discurso, acolhendo aqueles que não têm pátria, não tem destino e qualquer esperança de mudança. Falamos que são bem-aventurados os perseguidos, mas de igual forma também são os que agirem com misericórdia: “Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia (Mateus 5:7)”.
É especial a citação desta bem-aventurança por Jesus, pois não especifica a que grupo de pessoas estaria se referindo e a quem os seus discípulos deveriam agir com misericórdia.
Segundo John Stott, Jesus “Não indica se está pensando principalmente naqueles que foram derrotados pela desgraça, como o viajante que ia de Jerusalém a Jericó e foi assaltado e a quem o bom samaritano “demonstrou misericórdia”; ou se pensa nos famintos, nos doentes e nos rejeitados pela sociedade, dos quais ele mesmo costumava apiedar-se; ou ainda naqueles que nos fazem mal, de modo que a justiça clama por castigo, mas a misericórdia concede perdão.  Nosso Deus é um Deus misericordioso e dá provas de misericórdia continuamente; os cidadãos do seu reino também devem demonstrar misericórdia.”
O acolhimento aos Refugiados não deve nascer do proselitismo religioso e sim dos princípios divinos, insculpidos em nosso coração.

Por Dr. Jonas Moreno

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