quarta-feira, 8 de junho de 2016

Esposa de pastor é morta a facadas, após acusação de 'blasfêmia contra Maomé'

Cristãos na Nigéria enfrentam uma série de ameaças, de violência e ataques locais, a perseguição generalizada e assassinatos pelas mãos de grupos extremistas, como Boko Haram. (Foto: SouthEastNigeria)
Cristãos na Nigéria enfrentam uma série de ameaças, de violência e ataques locais, a perseguição generalizada e assassinatos pelas mãos de grupos extremistas, como Boko Haram. (Foto: SouthEastNigeria)
Uma mulher cristã - esposa de um pastor nigeriano local - foi morta a facadas por na semana passada, após ter sido acusada de "insultar o profeta muçulmano, Maomé".
A agência 'AllAfrica' relatou que Bridget Abahime, de 74 anos de idade, foi perseguida e morto em um mercado, em Kano, após ser alvo de acusações de que ela havia insultado a fé islâmica. A polícia da Nigéria disse que dois suspeitos ligados ao assassinato foram presos e a segurança da área foi reforçada para evitar o incidente resulte "em uma grande ameaça à segurança".
A Associação Cristã da Nigéria, que representa os seguidores de Cristo, que compõem quase metade da população da Nigéria, condenou o assassinato e questionou a por que a polícia não está fazendo mais para proteger os cristãos.
"Esta barbárie tem que parar agora", disse o porta-voz da associação, Rev. John Hayab. Ele acusou a polícia de tentar encobrir o assassinato.
Grupos muçulmanos também se manifestaram contra essa violência, com a Vigilância de Direitos Muçulmanos classificando o crime como "um absurdo, barbárie e não-islâmico".
O presidente da Nigéria, Mohammadu Buhari - que também é muçulmano - disse que o assassinato foi "absolutamente condenável".
"Vamos garantir a manutenção da paz, enquanto a justiça será feita", Buhari prometeu. "Vamos aprender a respeitar a fé de cada um, para que possamos conhecer uns aos outros e viver juntos em paz".
Cristãos na Nigéria enfrentam uma série de ameaças, de violência e ataques locais, a perseguição generalizada e assassinatos pelas mãos de grupos extremistas, como Boko Haram.
Radicais muçulmanos, os pastores [criadores de gado] Fulani também têm sido uma grande ameaça, considerando que cerca de 500 agricultores cristãos Do estado de Benue na Nigéria central, foram mortos em razão de disputas de terra em todo o mês de março.
Uma testemunha descreveu os ataques no momento: "Aldeias inteiras foram completamente queimadas por pastores Fulani. Cadáveres não identificados desses cristãos foram descobertos, as propriedades foram saqueadas por esses invasores Fulani".
Os pastores cristãos também têm sido alvo de muita violência, considerando que o líder de uma igreja foi sequestrado e morto em abril por pregar aos muçulmanos e dizer-lhes para se arrepender de seus pecados.

"A quadrilha também confessou ter sido responsável pelo seqüestro e assassinato do pastor Chukwu Ekere, da mesma comunidade Ohigha. Eles o teriam matado pela simples razão de que um homem de Deus os perturbou com sua pregação de arrependimento e também os teria desafiado a abandonar a vida de criminalidade e aceitar a Deus", disseram as autoridades no momento.
Grupos de vigilância de perseguição, como a Missão Portas Abertas, têm alertado que a matança de cristãos na Nigéria subiu 62% em apenas um ano, documentando que ao longo de 2015 houve 4.028 mortes [de cristãos] e 198 ataques a igrejas

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